Por Pastor Carvalho , | Janeiro 09, 2022 - 15:33
Eu vos amei, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos amaste? (Ml 1.2)
Já percebeu que nós, humanos (todos nós), somos inclinados à ingratidão? Sim, é verdade! Uma breve autorreflexão mostrará isso. Quantas vezes recebemos apoio; auxilio de alguém que faz toda a diferença ante uma situação embaraçosa e nem percebemos? Ou apenas achamos que é um dever profissional, familiar ou moral daquele que prestou o socorro? Só perceberemos o valor do ato na superveniência de uma outra circunstância de aperto... Aí a gente lembra do dia em que fora aliviado por alguém... é bem assim, na maioria das vezes.
Na relação com Deus o fator ingratidão parece ser bem mais acentuado. Achamos que o Eterno tem o dever de fazer o que queremos, ser subserviente aos nossos caprichos pessoais, assim como compreender e perdoar, as nossas teimosias diárias, incondicionalmente. De fato, a Bíblia nos ensina que o Senhor é “Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade” (Êx. 34.6 -BEARC). Ou seja, na sua bondade o Criador perdoa nossos pecados, alivia as dores e, obvio, sempre concede mais uma oportunidade de refazimento da vida na sua integralidade. Todavia, há que se compreender que Deus não é nosso servo, mas, nós é quem devemos servi-Lo! Tudo bem, você pode citar para mim o que o Senhor Jesus disse: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28 – BEARC). Entretanto, o propósito implícito nessa expressão consiste na finalidade da encarnação do filho de Deus que foi servir de resgate da humanidade fadada ao fracasso eterno pelo pecado, fato que se consolida, individualmente, quando cremos no seu sacrifício vicário de Cristo (v. g.: Jo 3.16; Is 53; Rm 10.8-11). Deus não enviou o seu Filho para ser nosso servo, a ponto de corroborar com tudo que intencionamos fazer... Sem falar dos que querem até o que em nada contribui para o engrandecimento do Reino e do ser humano!
Mesmo com todas as nossas cincas propositais e tendências para a prática do mal, o que se ver é: Deus nunca nos abandonou! Ele está presente, iluminando-nos para que saibamos nos conduzir de forma sadia. Mas, qual o comportamento expressamos? Sempre com imensa ingratidão. É terrível isso! Foi assim que o profeta Malaquias viu o seu povo! Gente ingrata, escura e teimosa, capaz de esquecer-se dos milagres dados por Deus. Sem falar que a própria história já havia provado a presença real do Criador no meio do povo, para os tornar grande. No texto que que me referi, o profeta registra as acusações do Senhor contra esse povo – israelitas, inclusive reafirmando o seu amor: “Eu vos amei, diz o SENHOR”. Um amor que os fez ser, de fato, gente conhecida e vencedora de batalhas expressivas. O espírito de ingratidão, porém, prevaleceu, a ponto de perguntarem: “Em que nos amaste? Será que não nos comportamos assim também? É claro que sim, através de atitudes, como: afastar-se da Casa de Deus, deixando de prestar-Lhe o Culto racional, desprezo pela santidade, a prática do mal (roubar, matar, invejar, mentir, prostituir, imiscuir-se no mundo das drogas e outros vícios que só agridem a saúde, falar e desejar o mal ao semelhante, viver desregradamente como se fosse uma animal irracional sem direção nenhuma para o bem, desvalorizar a vida humana como essa fosse um detrito que se pode jogar fora por motivo fúteis, enfim, ações antagônicas a tudo o que Deus quer para o ser humano) e não reconhecer Cristo como O Salvador Pessoal (Jo 3.l7-21). A ingratidão a Deus é um suicídio espiritual!
Talvez as palavras acima tenham sido um tanto intensas, porém, são reais, basta uma introspecção séria e logo perceberemos nossas falhas contínuas de ingratidão ao Criador. Oro para que sejamos despertados, sempre, pelo Senhor e saibamos ser gratos a Deus e às pessoas que fazem parte da nossa existência! Nossos pais, filhos, esposos, esposas, professores, pastores, amigos, enfim, gente que foram e são instrumentos de Deus para sermos abençoados.
Para concluir cito um exemplo pessoal:
Quando eu era primeiro sargento e trabalhava na 4ª CIPM (hoje 9º Batalhão) na cidade de Araguatins, era também evangelista e cumpria muitas agendas ministrando a Palavra de Deus! Certa feita, estava agendado para um Congresso de Missões, em outra cidade, mas não tive como cumprir a referida agenda em razão do serviço. Então, murmurei e disse a um amigo (superior meu), o capitão João Elias Costa Barros (oficial muito compreensivo e que sempre demonstrou um apreço pela minha pessoa e pelo meu ministério) à época, subcomandante da Unidade, que achava injusto o fato de não ter sido dispensado para atender aquela agenda (claro que usei umas terminologias, próprias da caserna e ditas por militares quando estão “aloprados”, as quais não citarei aqui). Então, aquele amigo, serenamente, me chamou ao seu gabinete e me fez ver o quanto a Polícia Militar já havia me ajudado, ministerialmente, em outros momentos da minha vida como pregador. Aí a “ficha caiu”. De fato, a maioria das minhas solicitações para cumprir compromissos ministeriais foram atendidas... Meu Deus, que vergonha! Mas, graças a Deus usei isso como uma lição importante: ser grato! E isso foi excelente para mim, com certeza.
Assim, meu querido amigo e amiga, devemos ser gratos ao Deus e às pessoas, todo o tempo. Às vezes não conseguimos o que desejamos... Aliás, oramos e não recebemos. Até nisso temos que ser gratos, pois o Senhor Deus sabe de tudo, inclusive se estamos preparados para ter e/ou ser alguma coisa. Acerca disso aprendemos com um escritor sacro, de nome Agur. Ele disse: “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus” (Pv 30.7–9, BEARC).
Paz e bênçãos! Deus seja contigo, SEMPRE!
Por: Pastor Carvalho   |   Janeiro 09, 2022 - 15:33 |   Compartilhar :